Randy Couture, o ex-militar que derrotou Vitor Belford no octógono: “tudo começou com o uniforme do Exército” – como a carreira nas Forças Armadas favorece o sucesso na  vida civil (Série Monstros Sagrados do mundo das lutas)

Randy Couture, nascido Randall Duane Couture em 22 de junho de 1963, é um nome que deixou uma marca indelével na história das artes marciais mistas (MMA). Com uma carreira repleta de conquistas e um legado que vai além do octógono, Couture é reconhecido tanto por sua trajetória militar quanto por suas façanhas no esporte e na mídia.

Antes de se tornar um ícone no UFC, Couture serviu como sargento no Exército dos Estados Unidos, integrando a 101ª Divisão Aerotransportada. Durante seu tempo no exército, ele começou a desenvolver suas habilidades em wrestling, o que mais tarde o levaria a se destacar como lutador universitário e greco-romano. Sua dedicação ao esporte o levou a se tornar três vezes campeão olímpico alternativo e a conquistar um lugar entre os melhores atletas de sua geração.

Em um de seus posts no “X”, antigo twitter, o lutador deixa escapar em um post uma fala sobre a infância difícil por que passou, em um pai como referência.  “Quando crianças, encontramos maneiras de nos proteger da vulnerabilidade, de sermos feridos, diminuídos e decepcionados. Vestimos uma armadura; usamos nossos pensamentos, emoções e comportamentos como armas…”.

Couture é um apoiador de instituições que ajudam veteranos das Forças Armadas.  O lutador menciona a vida militar como o “start” para a sua carreira de sucesso, onde aprendeu a ser confiante e disciplinado:

“Foi um momento muito formativo na minha vida, e acho que desenvolvi uma disciplina e mentalidade particulares enquanto vestia o verde do Exército. Foi lá que aprendi que podia competir em nível internacional e realmente desenvolvi a mentalidade e a confiança para sair e vencer. Isso me levou a passar por três ou quatro anos de faculdade na Oklahoma State e nas artes marciais mistas e ganhar campeonatos mundiais como lutador. Tudo começou com o uniforme do Exército”

Escreveu uma autobiografia, Becoming the Natural: My Life in and Out of the Cage, que agradou muito os leitores, que fiseram comentários positivos sobre: “ A honestidade com que Couture aborda seus erros e sucessos” e “o estilo de escrita envolvente, que faz com que seja difícil parar de ler. O fato de Couture expor suas vulnerabilidades e abrir sua vida para o público é visto como um ato de coragem”.

No Ultimate Fighting Championship (UFC), Couture se consolidou como uma lenda. Ele é um dos poucos lutadores a conquistar títulos em duas divisões diferentes, tendo sido três vezes campeão peso-pesado e duas vezes campeão meio-pesado, além de ter vencido o Torneio Peso-Pesado do UFC 13.

Ao longo de sua carreira, ele acumulou seis títulos de campeão do UFC, um feito que o coloca entre os maiores do esporte. Seu estilo de luta, baseado em “clinch” e “ground-and-pound”, redefiniu o que significa ser um lutador completo no MMA.

Após sua aposentadoria como lutador, Couture não parou de se movimentar e continuou contribuindo para os esportes de lutas como comentarista e analista. Atualmente, o ex-militar e ex-lutador atua como comentarista e analista na Professional Fighters League (PFL), onde compartilha seu vasto conhecimento com os fãs e novos lutadores. Sua presença nas redes sociais, com mais de 600 mil seguidores no Twitter e 160 mil no Instagram, reflete seu impacto contínuo no mundo das artes marciais mistas e comprova sua capacidade de inspirar uma nova geração de atletas​.
Robson Augusto – Revista Lutas