O sonho olímpico de Rafael Macedo foi interrompido de maneira controversa nos Jogos Olímpicos de Paris. Competindo na categoria até 90kg, o judoca brasileiro enfrentou Maxime-Gael Ngayap Hambou, da França, na disputa pelo bronze. Em uma luta marcada por um equilíbrio acirrado e punições aplicadas a ambos os atletas, Macedo acabou sendo desclassificado após receber três shidos, deixando a medalha escapar.

 

Rafael Macedo avançou à final da repescagem com uma trajetória notável, eliminando adversários de peso com sua técnica e eficiência. No entanto, a luta decisiva contra o francês foi tensa e repleta de penalidades. Nos segundos finais, a arbitragem decidiu pela desclassificação do brasileiro devido a infrações cometidas.

 

A equipe técnica brasileira ficou perplexa com a decisão dos árbitros. O técnico Antônio Carlos ‘Kiko’ Pereira expressou sua indignação, qualificando a decisão como uma “vergonha”. “Até agora eu não entendi!”, declarou Kiko à TV Globo, criticando a falta de clareza e a gravidade da penalidade em uma disputa tão importante. Ele também revelou que pediu a revisão via VAR, mas o pedido não foi autorizado.

 

Macedo, embora visivelmente abalado, manteve uma postura mais serena. Ele lamentou a oportunidade perdida, mas aceitou a decisão da arbitragem. “Fiz um bom dia de competição e poderia ter saído com uma medalha, mas infelizmente não aconteceu. A decisão dos árbitros foi essa e acredito que seja a correta”, afirmou o judoca.

 

A controvérsia não parou por aí. Nas redes sociais e na mídia esportiva, especialistas discutiram a interpretação das regras e a atuação dos árbitros. O sistema oficial do COI demorou mais de meia hora para especificar o motivo exato da punição, deixando a equipe brasileira – técnico, judoca e Confederação Brasileira de Judô – sem uma explicação clara. Especulou-se sobre uma possível posição ilegal da perna ou uma pegada de manga por dentro do quimono do adversário.

 

Kiko Pereira, em entrevistas subsequentes, argumentou que a penalidade poderia estar relacionada a envolver a cabeça, algo que, segundo ele, “não é uma punição comum, ainda mais numa final, na disputa da medalha”. Ele também destacou que, na sua opinião, pelo menos um dos golpes encaixados por Macedo deveria ter sido pontuado.

 

Rafael Macedo, apesar da frustração, preferiu não criticar diretamente a arbitragem ou reagir de forma mais acalorada. “A vitória foi dada para ele. É isso que eu sei, então faz parte. Não sei, não tenho noção nenhuma dessa parte tecnológica”, comentou ele ao UOL, referindo-se à possível checagem via VAR.