Dana White Cancela Aumento de Bônus e Despede Lutador Invicto no UFC 304: Uma Noite de Decisões Controversas
A expectativa era alta para o UFC 304, realizado no último sábado (27), mas a noite acabou frustrando muitos. Dana White, presidente da organização, estava claramente descontente com as apresentações dos lutadores e anunciou que não haveria mais aumentos nos bônus para encorajar performances excepcionais.
White tomou essa decisão após uma série de combates decididos por pontos, o oposto do que se esperava com o aumento das premiações. O incentivo de dobrar os bônus para US$ 100 mil (R$ 564 mil) não surtiu o efeito desejado.
“Esta noite deixou claro que não devemos aumentar os bônus. Aumentar não muda nada. Não faz ninguém lutar com mais vontade, não altera nada. Não farei isso de novo. Nunca”, declarou White em uma entrevista coletiva.
A prática de aumentar os bônus já havia sido testada no UFC 300, mas a experiência em Manchester convenceu o presidente de que essa tática não é a melhor.
“Sete decisões seguidas, c***. Os 100 mil foram uma grande m*** de incentivo: ‘Uhul, vamos lá!’. F***-se isso, nunca mais”, concluiu White.
Com essa decisão, os atletas do UFC voltarão a receber o valor usual de US$ 50 mil por prêmio de Performance da Noite ou Luta da Noite.
Surpreendentemente, Dana White também anunciou que não renovaria o contrato de Muhammad Mokaev, apesar de estar invicto e no top 10 da categoria dos moscas (até 56,7kg). O presidente explicou que os organizadores não apreciam Mokaev e sugeriu que a PFL poderia contratá-lo.
“Nós orientamos os lutadores sobre como lutar. Fazemos isso há muito tempo. Tenho certeza de que um dos responsáveis por agendar combates provavelmente disse algo a ele. Eles não são muito fãs de Mokaev por várias razões. Muitos atletas buscam quedas nas lutas, sabe? Muitos têm esse estilo. Ele não está mais sob contrato. Acho que a PFL está interessada em contratá-lo, um lutador invicto. Boa sorte a eles”, disse White após o UFC 304.
Segundo White, a decisão não se baseia no estilo de luta de Mokaev, que frequentemente busca quedas, mas em suas atitudes fora do octógono.
“Por várias razões. Escute, por toda essa confusão que rolou aqui (briga entre Mokaev e Manel Kape nos bastidores e na entrada do octógono), nos últimos meses, (problemas) no Instituto de Performance do UFC e por outras razões que esses caras não querem renovar o contrato”, explicou.
A “dispensa” de Muhammad Mokaev foi confirmada por Dana White na coletiva de imprensa após o UFC 304, na madrugada do último domingo (28). O russo naturalizado britânico, que venceu Manel Kape no evento do último sábado (27), foi removido oficialmente da elegibilidade para o ranking dos moscas (até 56,7 kg) da organização.
Jornalistas responsáveis pela votação dos rankings do UFC receberam um comunicado oficial no último domingo (28), informando que Mokaev havia completado a última luta do contrato e não teria o vínculo renovado, tornando-se inelegível para a próxima atualização do ranking, prevista para a madrugada desta terça-feira (30).
“Por favor, notem que Muhammad Mokaev foi removido da elegibilidade dos rankings. Ele completou a última luta do contrato e não terá o vínculo renovado. Se você já completou seus rankings, pedimos que retorne e reavalie a divisão dos moscas”, dizia o comunicado.
Mokaev ingressou no Ultimate em 2022 como uma das grandes promessas do MMA mundial. Embora tenha permanecido invicto, com sete vitórias em sete lutas, as controvérsias fora do octógono, como a briga com Manel Kape antes do UFC 304, somadas ao suposto pragmatismo em suas performances, teriam levado a organização a não renovar seu contrato.