Caso Jon Jones: Campeão do UFC se declara inocente e colegas de profissão saem em defesa

Em uma audiência virtual realizada na última quarta-feira (17), Jon Jones, campeão dos pesos pesados do UFC, alegou inocência das acusações de agressão e interferência nas comunicações com agentes de controle antidoping. O incidente ocorreu no dia 30 de março, quando agentes da Drug Free Sport, parceiros do UFC, visitaram a residência do lutador para a coleta de uma amostra aleatória.

A audiência, supervisionada pela juíza Brittany Maldonado Malott, contou com a presença de Jones e seu advogado, Christopher Dodd. Jones foi liberado para aguardar o julgamento em liberdade, sob a condição de não violar nenhuma lei, não possuir armas de fogo, evitar o consumo de álcool e drogas ilegais, e notificar o tribunal em caso de mudança de endereço. Ele também foi instruído a manter contato com seu advogado e evitar qualquer tipo de contato com as supostas vítimas do caso.

A agente Crystal Martinez, da Drug Free Sport, relatou que Jon Jones estava “agitado” e os ameaçou de processo durante a visita, deixando-a “aterrorizada” e “com medo de ser agredida”. Em resposta, Jones negou veementemente as acusações em uma declaração pública feita em abril.

Se condenado, Jon Jones pode enfrentar até um ano de prisão e multas que podem chegar a US$ 500 pela agressão e US$ 1000 pela interferência nas comunicações.

Apoio de antigos rivais

Anthony Smith, adversário de Jones no UFC 235 em março de 2019, saiu em defesa do campeão dos pesos pesados. Em seu podcast “Believe You Me”, Smith mencionou a possibilidade de maus-tratos por parte dos agentes antidoping. “Já tive um testador que era um idiota. Se ele pegou um desses, entendo que tenha perdido a cabeça. Mas tocar nas pessoas e pegar seus celulares é um problema. Se eles foram idiotas com ele, ele tem o direito de se defender”, afirmou.

Smith reconheceu a gravidade das ações de Jon Jones, mas destacou a importância da maneira como os testes antidoping são conduzidos. “Os testes antidoping são importantes para o esporte, mas a forma como são feitos pode influenciar muito a reação dos atletas”, concluiu.

Daniel Cormier, ex-rival de Jones, também expressou seu apoio, apesar da rivalidade histórica entre os dois. Em seu canal no YouTube, Cormier minimizou as acusações, sugerindo que Jon Jones está sendo tratado injustamente devido aos seus problemas passados. “Se um homem está dentro de casa tomando algumas bebidas, qual o problema? É o direito dele. Acho que isso é por conta do que ele fez no passado, ele acaba ficando no holofote, mesmo quando não deveria”, disse Cormier.

Futuro de Jon Jones no UFC

Enquanto aguarda o desfecho judicial, Jon Jones continua a ser o foco de discussões no mundo do MMA. Alex Poatan, campeão dos meio-pesados e ex-campeão dos médios, expressou desejo de enfrentar Jones nos pesos pesados, tornando-se o primeiro lutador a conquistar cinturões em três categorias do UFC. Dana White, presidente do UFC, não descartou a possibilidade de um confronto entre Poatan e Jones, influenciado pelo comentarista Joe Rogan.

“É uma possibilidade. Joe Rogan tem me pressionado a tentar fazer essa luta. deixa eu explicar uma coisa para vocês. Jon Jones é um nível completamente diferente. Eu considero Jon Jones o maior lutador de todos os tempos nos esportes de combate. Quando falam sobre Muhammed Ali e todos os outros, deixa eu dizer para vocês: eu tenho quadros do Ali pendurados em todos os lugares. Eu amo Muhammad Ali, eu amo Mike Tyson, mas Jon Jones é o cara mais ‘sinistro’ de todos os tempos”- revelou Dana ao podcast ‘The Big’

O caso de Jon Jones continua em andamento, com seu futuro no UFC e as possíveis consequências legais ainda incertas.

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