Escândalo nos Bastidores do UFC 303: Page é acusado de suborno e espionagem para luta com Ian Garry
O UFC 303 ficará marcado não apenas pelos combates eletrizantes no octógono, mas também por um escândalo que abalou os bastidores do mundo das artes marciais mistas. Matheus Terra, promissor lutador de 25 anos ligado à academia Chute Boxe, revelou ter sido alvo de uma tentativa de suborno para espionar seu colega de equipe Ian Machado Garry. A proposta, tentadora, oferecia a Terra a quantia de US$ 10 mil para que ele compartilhasse informações cruciais sobre a estratégia de Garry com a equipe do adversário, o renomado Michael Page.
Segundo Terra, a oferta veio através de um conhecido com ligações em Londres, próximo à academia de Page. Inicialmente, ele pensou que seria convidado para ministrar seminários ou até mesmo para lutar, mas ficou chocado ao receber a proposta para espionar Garry.
“Ele me ligou e perguntou se eu precisava de dinheiro. Achei que ele ia me convidar para dar seminários lá ou talvez lutar, mas ele veio com essa oferta. Ele queria que eu filmasse e compartilhasse o plano de jogo de Ian Garry com eles, e eles me pagariam uma recompensa de US$ 10 mil”, disse o lutador.
Apesar da tentação financeira, Terra recusou a proposta e prontamente informou o líder da Chute Boxe, Diego Lima, sobre o ocorrido. A atitude do jovem lutador mineiro reflete seu compromisso com a ética esportiva e sua integridade como atleta emergente no cenário do MMA profissional.
O plano, entretanto, não teve sucesso para Michael Page durante o UFC 303. Apesar da tentativa de obter informações privilegiadas, a estratégia do inglês foi neutralizada pelas habilidades de Ian Garry no octógono. Após três rounds intensos, Garry saiu vitorioso por decisão unânime dos juízes, mantendo assim sua invencibilidade e solidificando seu nome no mundo das artes marciais mistas.
Matheus Terra, por sua vez, continua trilhando seu caminho nas artes marciais, com apenas duas lutas como profissional, ambas vencidas por finalização, e está programado para estrear no Jungle Fight em 20 de julho, enfrentando Hadson Rodrigues.
A repercussão do incidente não se limitou apenas aos aspectos esportivos. Após o combate, surgiram acusações sobre possível suborno direcionadas a Terra por parte da equipe de Michael Page. No entanto, Page rapidamente refutou os rumores, afirmando que tais alegações são infundadas e que ele e sua equipe não têm necessidade de recorrer a táticas desleais para obter vantagens competitivas.
“Quando ele estava falando (após a luta), eu pensei: ‘Eu nem sei, não estou me divertindo, porque parecia que ele estava gritando um monte de coisas com sotaque irlandês, então eu pensei: ‘Eu não me importo’. Quando ouvi depois, pensei: ‘Não sei do que você está falando’. De qualquer forma, não sou eu. Sempre haverá caras nas preparações das pessoas, devo dizer, que vão se reportar. Já tivemos isso em nossa preparação antes e descobrimos quem era e o expulsamos, a mesma coisa, mas não sei do que ele está falando”, declarou Page ao The MMA Hour.
O astro do MMA enfatizou que confia em suas próprias habilidades e na preparação de sua equipe, descartando a necessidade de recorrer a práticas questionáveis para se destacar no octógono. “Sim, 100% porque não preciso disso. Não sinto que preciso disso, especialmente para ele e, mais uma vez, tento não o desrespeitar, porque não é nada pessoal, mas não sinto que preciso de informações extras para fazer o que preciso fazer, o que sei que posso fazer, ou deveria ter feito, digamos, na última luta”, concluiu Page.
O episódio revela não apenas a intensa competição dentro do UFC, mas também os desafios éticos enfrentados pelos lutadores e equipes nos bastidores do esporte de alto nível. A integridade e o fair play continuam sendo pilares fundamentais para manter a credibilidade e o espírito competitivo no octógono.