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Das brigas de rua em SALVADOR para o Podium na RIO-2016
Assim como no futebol, nos esportes de lutas não há discriminação de cor, sexo ou posição social. Robson Conceição, mais um lutador, mostra que o Brasil, se trabalhar da maneira correta, será capaz de se tornar celeiro de grandes lutadores.
Se os esportes forem tratados com seriedade e inteligência o Brasil tem tudo para se destacar nas próximas olimpíadas e campeonatos mundiais de diversas modalidades. Como ocorre no futebol, há uma gigantesca gama de negócios que podem se desenvolver ao redor dos esportes de lutas, gerando riqueza para atletas, patrocinadores, desenvolvedores de moda esportiva e sociedade em geral.
Robson é da periferia de SALVADOR. Dona de um dos carnavais mais violentos do país, a capital baiana exige dos brincantes locais um ótimo preparo físico e capacidade de resistir às agressões de grupos que se enfrentam num misto de dança, empurra-empurra e luta em setores menos privilegiados atrás dos trios elétricos.
A imprensa nacional esconde esse lastimável detalhe. Mas, quem reside em SALVADOR e, em especial, membros da segurança pública, sabe muito bem que o carnaval soteropolitano é marcado por tumultos e brigas de rua. Infelizmente é algo cultural, jovens saem de casa com intenção de brigar no meio da folia. Muitos foliões se deslocam no meio dos brincantes provocando membros de outros bairros, manuseando braços e punhos na proximidades do rosto das pessoas, como se estivessem realmente em treinos de boxe, e isso frequentemente resulta em grandes tumultos.
Robson tinha um porte bem franzino e por isso decidiu se empenhar no BOXE para assim se sobressair no carnaval. Um de seus tios era conhecido como “grande brigão” dos carnavais baianos e isso acabou lhe influenciando bastante.
Manoplas improvisadas, ataduras que conseguia na malandragem em pronto-socorros e muita força de vontade marcaram os primeiros anos do lutador do bairro de Boa Vista de São Caetano.
Depois de se destacar localmente, o lutador conseguiu ser incluído pela Marinha no programa de apoio ao atletas de alto rendimento e assim, além da segurança proporcionada por um salário de sargento, recebeu patrocínio, financiamento para deslocamentos e estrutura necessária para se desenvolver mais no esporte.
Deu certo. Como gratidão pelo que recebeu da sociedade brasileira, ao receber a medalha, Robson prestou continência à bandeira nacional.
Revista Lutas