Brasil do sA�culo XXI onde se calA�a mais luvas que chuteiras.

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No Brasil é constume dar aos meninos como presente de natal ou nos aniversários, uma bola de futebol. Nada mais justo, afinal dizem que estamos no País do Futebol. Aqui, durante décadas, tivemos Pelé, Ronaldinho, Zico e muitos outros como nossos embaixadores do esporte. Longe do sucesso do passado, nosso maior símbolo de vitórias, a penta-campeã seleção canarinho, vem perdendo fans e cada vez mais dividindo sua torcida com a de outros esportes.

O que tem animado os brasileiros nos últimos anos são as vitórias de nossos representantes no MMA.

De forma similar ao que ocorreu no futebol, nossos lutadores quase sempre são oriundos de comunidades pobres ou bairros de periferia, distantes dos grandes centros. Cada vez mais os garotos que encantam os brasileiros, agora não chutam uma bola, e sim nocauteiam adversários com chutes e socos, ou finalizam com golpes precisos.

Os terrenos baldios, onde marcavamos os "golzinhos" com sandálias havaianas, que na época eram as mais baratas, estão desaparecendo e com isso os conhecidos campos de várzea quase que se extinguiram. Hoje só se consegue jogar bola em em arenas alugadas, onde geralmente funcionam campos society, de grama sintética.

Antes se escutava os gritos de meninos disputando os números das camisas de seus ídolos do futebol, hoje é muito normal as camisetas com os sobrenomes Gracie, Silva, Nogueira e Aldo. Nas redes sociais cresce o número de meninos e meninas exibindo luvas, bandagens e kimonos com graus em suas faixas.

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Os ídolos do presente desafiaram todas as dificuldades de se destacar em um país sem programas de apoio ou incentivo aos esportes de lutas. A luta, respeito pela disciplina e companheirismo aprendido nos tatames faz com que, quase que invariavelmente, nossos lutadores de sucesso se envolcam em movimentos sociais, igrejas e ongs na ansia de levar até a juventude a oportunidade de se tornarem seres humanos melhores por meio da prática do esporte.  As possibilidades estão se ampliando e o Brasil se torna agora celeiro de guerreiros. Empresários e mestres de outros países frequentemente importam nossos talentos, oferecem apoio financeiro e mega-estruturas para que nossos atletas ensinem seus jovens e até seus soldados a nossa arte.

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Uma nação com planejamento sócio-cultural que investisse em nossos atletas, mesmo que fosse através de incentivos de inserção à empresas, hoje não estaria aguardando o declínio de uma modalidade para explorar o sucesso de outra, que por sinal mais uma vez , sucesso este que com mesmo esforço que os paupérrimos Pelé e Garrincha conquistaram o mundo.