MILITARES no Jiu-Jitsu. Hierarquia, disciplina e resgate social
Militares se destacam como profissionais do Jiu-Jitsu
Conversamos recentemente com um dos maiores promotores de esportes de lutas da Baixada Fluminense, no Rio de janeiro. Faixa preta de 4º grau em Jiu-Jitsu, Julio Machado, que chefia uma academia de lutas e a Liga de Jiu-Jitsu do Sudeste é também historiador e militar da reserva da Marinha do Brasil.
Questionado sobre o “por que” de tantos militares praticarem o esporte, o mestre respondeu que as afinidades entre as doutrinas militares e a luta são diversas. Explicou que as coisas que mais se cobra em academias sérias são disciplina e o respeito àqueles que são mais experientes.
“Todo militar, pela natureza da profissão, lida com os dois pilares fundamentais das forças armadas que são – Disciplina e Hierarquia “ , diz.
Disciplina e Hierarquia
O mestre ressalta que, como com os militares, a disciplina e o bom comportamento dentro e fora das academias são dois dos grandes diferenciais observados em praticantes de Jiu Jitsu.
Outra afinidade interessante é o cuidado com o uso do armamento. Isso mesmo. Segundo Julio, um militar antes de receber sua primeira arma recebe dos superiores um exaustivo adestramento para que ela seja utilizada da maneira correta e jamais provoque ferimentos em um inocente ou no próprio neófito.
Assim acorre com os praticantes de Jiu Jitsu. A arma nesse caso é o próprio corpo e a habilidade adquirida com o tempo de treinamento. O procedimento é exatamente o mesmo que ocorre nos quartéis: adestramento físico e mental exaustivo para que possam aprender a utilizar com a “dosagem” correta e extrema segurança a sua “arma”, que no caso e o próprio corpo.
Ele explica que “golpes, entre os quais alguns de bloqueio vascular, estrangulamentos, e alavancas ou torções de articulações são capazes de inutilizar completamente um adversário de maior tamanho.”
Recentemente alguns mestres e atletas foram agraciados com o prêmio “melhores da baixada 2015” organizado pela MMA4EVER por sua participação na promoção do esporte no Rio de Janeiro, entre os premiados estavam dois mestres militares.
O comandante da Liga de Jiu-JITSU do SUDESTE (LJJS) cita vários mestres militares que tem agregado numero cada vez maior de praticantes de Jiu Jitsu ao verdadeiro exército de lutadores que já existe no país.
O esporte tem alto poder de encantamento sobre a juventude, é cada vez mais praticado em projetos de resgate social. Os jovens sentem o prazer de ascender hierarquicamente com o seu próprio esforço, além de aprender a importância da hierarquia, disciplina e respeito aos mais velhos, caminhando sobre esses princípios pelo resto de suas vidas.
Pesquisa realizada pela Revista Lutas constatou que só na Baixada Fluminense (RJ) ocorre mais de uma dezena de torneios de Jiu-Jitsu a cada final de semana, em todo é inequívoco que são milhares de campeonatos, torneios, desafios etc., que reúnem juntos centenas de milhares de pessoas em torno de atividades sadias.
A imagem abaixo foi copiada de seu site. Segundo o mestre, as lutas já concorrem com o futebol no quesito esporte mais popular do Brasil.
Texto inicialmente publicado em Revista Sociedade Militar